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O que é o Sacramento da Confirmação?

A Confirmação, conforme nos aponta os n. 575-576 do Catecismo Maior de São Pio X, é o Sacramento que nos dá o Espírito Santo, imprimindo em nossa alma o caráter de soldados de Cristo e nos tornando perfeitos cristãos, e o faz nos confirmando na Fé e aperfeiçoando as outras virtudes e os dons recebidos no santo Batismo.


Pode receber este sacramento todo batizado que já tenha alcançado a “idade da razão” — por conveniência, estabeleceu-se os 7 anos de idade —, que não se confunde com a maioridade da lei civil, como expõe o doutor angélico, Tomás de Aquino:

“A idade corporal não vem em prejuízo da alma. Por isso, também na infância o homem pode alcançar a perfeição da idade espiritual. Diz o livro da Sabedoria (4,8): “Velhice honrada não é questão de longevidade; ela não se mede pelo número de anos”. Assim muitos, ainda crianças, devido ao fortalecimento recebido do Espírito Santo, combateram intrepidamente por Cristo até o derramamento do sangue”.
(Sto. Tomás de Aquino, Summa Theologica III, q.72, art.8, ad 2 )

No rito sacramental, o fiel é ungido com o santo óleo do Crisma, matéria deste sacramento, que é óleo de oliveira perfumado com bálsamo e consagrado pelo Bispo na Missa do Crisma da Quinta-feira Santa.


A unção faz menção ao próprio nome de “cristão” que significa “ungido”, ao passo em que simboliza a graça sendo difundida na alma do crismando. O bálsamo, por sua vez, significa que o fiel crismado é capaz de exalar o precioso perfume das virtudes cristãs e de preservar-se dos vícios e do pecado.


Convém que os padrinhos sejam os mesmos do Batismo, a fim de se explicitar a união entre os dois sacramentos. E, da mesma forma que no sacramento do Batismo, os padrinhos de Crisma contraem parentesco espiritual com o afilhado (Catecismo Maior de São Pio X, n. 593).



Breve histórico do Sacramento


Vemos no Antigo Testamento que os profetas apontaram para a realidade deque o Espírito do Senhor repousaria sobre o Messias esperado. A descida do Espírito Santo sobre Nosso Senhor Jesus Cristo em seu Batismo no rio Jordão foi o sinal de que era Ele o Messias que devia vir, o Filho de Deus, e toda a sua missão é realizada em comunhão com o Espírito dado pelo Pai.


Entretanto, a comunhão com o Espírito não era uma realidade a ser limitada ao Messias, mas comunicada a todos os seus discípulos, tal como aconteceu no dia da Páscoa (Jo, 20, 22), quando o Senhor soprou sobre os apóstolos, e em Pentecostes (At 2, 1-4), onde os discípulos viram realizada a promessa do Cristo sobre o envio do Paráclito.


E afirma o Catecismo, citando a constituição apostólica Divinae consortium naturae:

“Desde então, os apóstolos, para cumprir a vontade de Cristo, comunicaram aos neófitos, pela imposição das mãos, o dom do Espírito que leva a graça do Batismo à sua consumação. É por isso que na Epístola aos Hebreus ocupa um lugar, entre os elementos da primeira instrução cristã, a doutrina sobre os batismos e também a imposição das mãos. A imposição das mãos é com razão reconhecida pela tradição católica como a origem do sacramento da Confirmação que perpetua, de certo modo, na Igreja, a graça de Pentecostes”.
(Catecismo da Igreja Católica, n. 1288 )

Nos primeiros séculos da Igreja, a Confirmação era realizada em uma só celebração com o Batismo, mas com o aumento no número de batismos de crianças e a difusão da Igreja por várias partes do mundo — fato que impossibilita que o Bispo esteja em todas as celebrações batismais —, o Ocidente separou as celebrações destes sacramentos, reservando aos epíscopos a Unção do Crisma.


Para manter o sentido do vínculo entre o Batismo e o Crisma, a Igreja de Roma instituiu o costume de os presbíteros, ao batizarem, ungirem o neófito com o óleo do Crisma, unção que é depois finalizada pelo Bispo na Confirmação; costume que se enraizou e permanece ainda hoje, sendo previsto nos livros litúrgicos.

Bibliografia

BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: PAULUS, 2002.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Loyola, 2000.

CATECISMO MAIOR DE SÃO PIO X. Goiânia: América, 2015.

SANTO TOMÁS DE AQUINO. SUMMA THEOLOGICA. São Paulo: Loyola, 2006.

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