Como saber se pequei mortalmente?
- Colarinho Romano
- 3 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de ago. de 2022

O peso na consciência não é suficiente para saber se algo é pecado. Existem critérios mais objetivos para saber se uma ação é pecado mortal!
Contrário do que se ouve de muitos, ter a consciência pesada por algo que se fez não é suficiente para dizer se houve pecado mortal, por dois motivos:
A presença desse peso na consciência pode ser mero escrúpulo da pessoa numa ocasião em que não há pecado. E a sua ausência também não é suficiente, pois a dureza do coração pode impedir que a pessoa sinta peso de consciência numa ocasião em que claramente houve pecado.
Por isso, os critérios mais seguros para saber se algo é pecado mortal são objetivos: matéria grave, consciência plena e vontade deliberada.
O n. 699 do Catecismo Maior de São Pio X afirma que a matéria grave é uma transgressão direta da Lei de Deus e da Igreja. O furto, por exemplo, é matéria grave, pois é uma transgressão do 7º mandamento da Lei de Deus; mas a gula não é, pois não é contemplada diretamente pela Lei.
A consciência plena, segundo o n. 700, é quando a pessoa sabe que faz um mal grave. Nesse sentido, o fato de a pessoa não saber o conceito de pecado nem sempre a redime. Uma pessoa que rouba, por exemplo, sabe que faz um mal mesmo que não tenha consciência alguma de pecado. Nesse caso, desaparece apenas o agravante de saber que ofende a Deus.
Por fim, a vontade deliberada é o consentimento perfeito com a ação culpável. Assim, se uma pessoa rouba por vontade própria, peca. Mas se rouba porque foi coagida por ameaças de outra pessoa, sua culpa pode ser reduzida de acordo com o grau de coação e de consentimento que teve.
Se faltar um desses critérios — matéria grave, consciência plena e vontade deliberada —, houve apenas pecado venial ou simplesmente não houve pecado, a depender das circunstâncias do caso.
Por isso, os sete pecados capitais, em si mesmos, são apenas veniais. Mas podem se tornar mortais quando o hábito de os exercer nos leva a um pecado mortal. A preguiça, por exemplo, pode levar rotineiramente ao pecado de não se preocupar com as coisas divinas, o que pode configurar pecado contra o 1º mandamento da Lei de Deus.
Quando houver dúvidas se algo foi pecado, pode-se também narrar os fatos para o confessor, a fim de que ele faça o discernimento.
Bibliografia
Catecismo Maior de São Pio X. Goiânia: América, 2009.
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