Vocabulário de Vestes
- Colarinho Romano
- 10 de fev. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: 30 de mar. de 2022
O vocabulário está dividido em: vestes comuns, vestes específicas e vestes e insígnias episcopais. Dentro de cada seção, os itens estão distribuídos em ordem alfabética. À medida do possível e do necessário, o vocabulário será atualizado, bem como serão adicionadas imagens demonstrativas.
Vestes Comuns
As vestes abaixo são aqui colocadas como “comuns” porque são de uso geral na liturgia, dependendo da função a ser exercida.
Batina: veste cotidiana dos clérigos. Simboliza a morte de um homem que se sacrifica para a salvação do mundo. Pode ser utilizada por leigos para o serviço do altar, junto da sobrepeliz, conforme as normas diocesanas. Na lei universal da Igreja, um leigo pode sempre se apresentar de batina e sobrepeliz quando exerce a função de Mestre de Cerimônias. No entanto, a cor desta acompanha a dignidade de quem a usa: preto para leigos, diáconos e padres; rosácea para bispos; vermelha para cardeais; branca para o papa. A batina usada pelos leigos deve ser simples, sem colarinho e sem faixa.
Sobrepeliz: veste branca utilizada sobre a veste talar (batina ou túnica). Trata-se de um alva reduzida, a fim de demonstrar que o sacerdote tem maior dignidade (pois usa uma alva completa). Seu uso é obrigatório para o serviço do altar, exceto se o ministro estiver portando alva ou túnica branca. Seu significado é o mesmo da alva.
Túnica de Coroinha: veste ampla, geralmente vermelha, que se estende até os pés. O vermelho lembra o sangue dos mártires e o fogo que purifica.
Vimpa: véu utilizado para portar as insígnias episcopais nas missas. Acompanha a cor do dia ou branco.
Vestes Específicas
As vestes listadas abaixo possuem regras e ministros próprios para o uso na liturgia.
Alva: veste ampla, branca, que se estende até os tornozelos. A alva é descrita no livro do Apocalipse como a veste dos batizados, que foram alvejados pelo sangue do cordeiro. Portanto, todo batizado pode usar alva, embora seu uso seja reservado ao ministros do altar na liturgia terrena. A gola possui um recorte quadrado, que é preenchido pelo amito.
Amito: peça quadrangular de tecido branco, utilizada para cobrir as vestes civis e cotidianas quando se usa alva. O amito simboliza o Elmo da Salvação, que protege o sacerdote contra as investidas de Satanás.
Barrete: chapéu quadrado com três abas no topo e uma borla. Simboliza autoridade e jurisdição. É utilizado por sacerdotes e seminaristas in sacris, isto é, que receberam ministérios (outrora Ordens Menores). Sua cor acompanha a dignidade de quem usa, semelhante à batina.
Capa Pluvial (ou Capa de Asperges): capa utilizada pelos sacerdotes para as procissões e sacramentos fora da missa. Acompanha a cor litúrgica do dia ou dourado e seu significado é o mesmo da casula.
Casula: veste própria dos sacerdotes para a Missa. Simboliza estar revestido de Cristo. Acompanha a cor litúrgica do dia e seu uso é obrigatório para todas as missas que o sacerdote preside.
Cíngulo: corda litúrgica utilizada para ajustar a alva ao corpo, seguindo a cor litúrgica do dia ou branco. Todo aquele que porta alva, pode utilizar cíngulo. Entretanto, os leigos devem utilizar sempre cíngulo branco, reservando o uso do colorido para os clérigos. Seu sentido espiritual é extinguir o fogo das paixões e exprimir a virtude da continência.
Dalmática: veste própria do diácono. Antigamente, era utilizada pelos Reis e Imperadores romanos e, por isso, seu significado na liturgia é a realeza de Cristo. Acompanha a cor do dia e seu uso é obrigatório somente em missas dominicais e solenes.
Estola Diaconal: faixa pendente dos ombros em diagonal, atada ao lado, que é usada pelos diáconos. Simboliza o poder ministerial. No diácono, este poder se encontra limitado. Acompanha a cor do dia e seu uso é obrigatório em todas as missas.
Estola Sacerdotal: faixa de duas pontas pendentes dos ombros sobre o peito, que é utilizada pelos sacerdotes. Simboliza o julgo de Cristo, que carrega a cruz ao Calvário. Acompanha a cor do dia e seu uso é obrigatório em todas as missas.
Manípulo: faixa pequena, parecida com a estola, utilizada pelos clérigos na mão esquerda. Simboliza o semear da fé com o suor do trabalho. É utilizada somente por alguém que tenha, no mínimo, a ordem da subdiaconato. Acompanha a cor do dia ou branco.
Roquete: muito semelhante à sobrepeliz, o roquete é uma veste usada pelos prelados para estarem no coro. A diferença mais visível é que o roquete tem os punhos ajustados à manga da batina e, geralmente, são forrados com um tecido de cor litúrgica. Seu sentido é o mesmo da alva.
Túnica Branca: possui o mesmo sentido e uso da alva. A diferença estética é que esta possui gola fechada e, portanto, dispensa o amito.
Véu Umeral (ou Véu de Ombros): véu utilizado para transportar o Santíssimo Sacramento no ostensório. Acompanha a cor do dia ou dourado.
Vestes e Insígnias Episcopais
Os paramentos abaixo são de uso próprio dos bispos, de acordo com a titulação e a ocasião específicas.
Anel Episcopal: anel entregue ao bispo em sua ordenação. Simboliza sua entrega e aliança com a Igreja. Usado sempre, semelhante à aliança matrimonial.
Báculo: cetro com o topo curvado. Simboliza o pastoreio episcopal e a obediência ao ministério petrino, isto é, de São Pedro.
Cordão Litúrgico: corda litúrgica utilizada para prender a cruz peitoral nas cerimônias litúrgicas. É verde para os bispos, vermelha para os cardeais, mas sempre mesclada com dourado; e inteiramente dourada para o papa.
Cruz Peitoral: cruz utilizada o tempo todo pelo bispo. Simboliza o colocar a caminho do calvário com Cristo.
Dalmática Pontifical: dalmática utilizada pelo bispo, sob a casula, na Missa Estacional. Quando usada, representa a plenitude do sacerdócio episcopal. Acompanha a cor do dia ou o dourado.
Férula Papal: cetro utilizado pelo papa ao invés do báculo. Simboliza a entrega de São Pedro, que morreu na cruz como o Cristo.
Luvas Pontificais: luvas utilizadas pelo bispo na Missa Estacional. Simbolizam realeza.
Mitra: a coroa episcopal. Simboliza realeza e poder. Sua ponta demonstra que o poder do bispo vem do Altíssimo. As faixas pendentes, chamadas de Ínfulas, simbolizam o conhecimento e autoridade sobre o Antigo e o Novo Testamento. É sempre branca, mas pode conter detalhes e ornamentos na cor do dia.
Pálio Arquiepiscopal: peça de lã entregue aos Arcebispos metropolitanos. Simboliza a missão do bom pastor.
Solidéu: pequeno chapéu circular utilizado pelos clérigos como parte do hábito (aqueles que possuem permissão). Simboliza a consagração a Deus e sua cor acompanha a dignidade de quem usa. Para os bispos, o solidéu é uma insígnia que deve ser utilizada em todas as celebrações litúrgicas.
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